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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2015

Ver-te.

Ver-te desarma-me um sorriso de olhar curioso, ainda incompreendido. Todos os mistérios do teu universo por desvendar, cativante platonia de te ver a alma ao longe. E tocar-te com palavras como que dizendo para me olhares nos olhos sem relógios no pulso....

diz-me!

Será que o meu olhar longínquo te diz as coisas que não posso falar? Será que também pensas em mim quando chegas a casa? E quando voltas a aparecer-me também dás voltas à cabeça? -- acaso, coincidência, destino ou universo... Acaso, coincidência... destino, universo... Acaso... coincidência... destino... universo... Ai! O que ouve o teu universo do meu? Diz-me! Será que também sentes a tensão a acumular-se quando os nossos organismos se vão aproximando? A matéria, a matéria... E o que será da matéria das nossas almas quando eu te der mais do que um sorriso? Um sorriso, só para receber o teu de volta. Juro que, basta!, mais um sorriso teu te fará ouvir a minha voz... A visão agrada-me a alma... E o que dirão os sentidos restantes quando te puderem ver de olhos fechados? Porque não me respondes? Diz-me..

Não perdemos nada

photo by Herbert List [...] Eu sei e tu sabes que eu o sinto. Não há nada de errado em nós - O Universo conspirou em favor do propósito. Talvez o sintas também, se o procurares... Mas não é para já! Os mistérios dos tempos individuais por vezes tardam a revelar-se, mas, no fim, está tudo certo. Aliás, não há fim nem começo. No fundo, nada se finaliza; e o princípio já se tinha iniciado quando se viu. Pois, que também os mistérios da percepção humana são limitados... e ilimitados no mesmo tempo, que é, afinal, todos os tempos e tempo nenhum. Não há erros quando se responde instintivamente aos estímulos do Universo. E tu e eu sentimos, no corpo e na alma. O Universo aplaudiu-nos para depois nos sorrir e abraçar. Deixou-nos os ensinamentos e as mensagens para o momento presente, que é o que nos deve ocupar. Não perdemos nada. Os nossos caminhos estão certos.

as estações e os Prenúncios

Quantas vezes te deixei nas estações, para, dali, seguirmos caminhos opostos... o metro... o comboio... o autocarro... A despedida... A tua boca pediu-me um último cigarro antes da viagem. E a tua cara a sentir que já não me vias da mesma forma. E eu a sentir que nunca mais te veria a mesma... Agora... já não me olhas nos olhos... Agora? Enrolas-me um cigarro? Vou entrar no avião. Até depois...

a tua angústia

Morro de saudades de te sentir viva, em carne e osso, que vive e respira numa casa algures numa aldeia, que tem um pequeno quintal e vive o mais que pode da terra, como quem respira instintivamente, que também o ar vem da terra. E tu, como sempre disseste, dela vieste e a ela voltaste. photo by Miyu Decay E, ainda assim, depois de ver o teu corpo na terra, sinto-te no ar. Não sei se estás no ar do passado ou do presente, mas estás, com toda a certeza, no ar e o ar é atemporal. Pouco importa o resto. Há sempre algo que me faz voltar a ti. Há sempre algo de muito vago e longínquo em reflexões duras de sentir. Sou céptica até em relação ao cepticismo. Sou céptica como tu, que sentias mais do que o que sabias. Preciso de te sentir, preciso de te sentir. Estarei eu a consumir a tua angústia? Preciso de não me fixar. --- O que se passa comigo, que não faço nada do tempo que passa? 24 de Março de 2014