Às vezes gostava de ter dono, de ter casa, de me sentir em casa em minha casa, de estar bem onde estou, de não andar sempre a olhar para o lado à procura de algo que não sei exactamente o que é, mas que nunca é o que vejo. Não sei se passa, esta insatisfação, este sentimento de despertença. Nem sei onde me leva. Geralmente não me leva a lado nenhum. Não me move, não me transporta. É sobretudo inútil e é-me soberbamente intrínseco. Intrinsecamente deprimente. Estou seca de me inspirar. Estou seca de respirar. Volto ao mesmo sítio do labirinto de sempre. Eu sei onde está o caminho certo, onde está a saída. Eu sei, mas não o vejo. Não quero ver. Quem me garante que o que vem depois não é pior? Eu não sei. Vocês sabem? Quem me garante? LOV ' YOU