Lembro-me de quando era miúda e só queria crescer. Queria conduzir, queria votar, queria viajar sem os pais, queria fazer simplesmente o que me apetecesse. Tudo o que os adultos faziam era sinónimo de independência. Agora conduzo, voto, viajo sem os pais, tenho alguma independência, mas, não, não faço tudo aquilo que quero. Agora só penso que tudo isto é sinónimo de velhice, este texto também é sinónimo de velhice. E velhice é sinónimo de degradação, da perda de inocência, a mesma inocência que eu tanto ansiava perder em criança. Agora, só quero voltar atrás… Mas o que faria, afinal, se pudesse voltar atrás? Imagino que fosse sentir o que sentira: falta da independência. Porque é que parece impossível combinar a inocência com a independência…?
Passei meses sem escrever... triste demais para o fazer, mas este caderno era para momentos assim... Antes escrevia coisas cheias de esperança... aquela esperança que não é mais do que a fé. Mas a minha fé foi-se, ou talvez nunca tenha sido, de facto. Mas foi quando deixei de ter fé (ou de querer ter fé) que deixei de escrever... Talvez por medo de mim própria, do monstro que vive em mim e que eu passei todo este tempo a abafar. Quando consegui voltar a escrever, era tudo menos bonito. Aliás, é tudo menos bonito. É tudo menos bonito mas é quem eu sou... Agora é que eu sou! E tenho medo. Tenho medo de mim, tenho medo de te magoar. Medo de fazer algo sem pensar (que já está mais do que pensado). Medo de estar a escrever para que compreendas o que se passou... porque quando houver algo para explicar eu não vou estar para o explicar... Sei que és a única que possivelmente compreenderia! Sei que é pela tua amizade que continuo a viver. * Para Sempre * « As estrelas são bonitas por ...
de nada (;
ResponderEliminarobrigada, bem preciso :)
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