Cresci ali, naquela aldeia onde atravessava a rua e entrava na escola primaria. Era a minha casa, mas não era, so porque não dormia ali. À hora do jantar voltava para casa do meu pai e da minha mae para logo a seguir dormir. Durante o dia, na casa onde cresci, tinha duas maes. A minha bizavo e a minha avo. Elas foram e serao sempre a minha infância. Se dela sempre senti saudades porque sempre temi que ma roubassem da memoria, agora ela foge-me sem que eu possa exercer qualquer comando.
A minha bizavo partiu durante o sono ha pouco mais de um ano, a dois anos dos 100. Ca entre nos, acredito que ela está a viver um magnifico sonho, daqueles que ja não podia viver (nem se vivem) acordada.
A minha avo tem cancro. Tem cancro pela terceira vez. Tem cancro. Da primeira vez, ainda eu não tinha nascido, deram-lhe 3 meses de vida. Da segunda, ficou sem metade do estomago. E agora, eu ando á procura de um tecto ou de um chao que me faca acreditar que a merda do "á terceira é de vez" é a maior parvoice do mundo.
Porque eu vejo as folhas a cair e o mundo a desabar e é o pior cancro de todos. Porque acreditar na esperanca parece tanto ofuscar a intuicao e o pressentimento. Porque ouvir as palavras "cancro" ou "quimioterapia" me fazem viajar ate ao deserto e eu não quero la ficar sozinha. Eu quero as minhas duas maes daquela casa em frente á escola primária para sempre.
Se eu não as tiver, como vou ter a minha infancia para sempre?
(desculpem lá a falta de acentuação ou a acentuação errada mas isto foi escrito no telemóvel
e agora dá muito trabalho alterar. acho que percebem na mesma.)
LOV ' YOU
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