Estou farta de viver no medo. Naquele medo que nos gela as reacções, a naturalidade, e espontaneidade. Entro em epilepsia sanguinea de cada vez que me dou conta da quantidade de olhos que me julgam e que estão à espreita, a aguardar pacientemente que eu pise o risco, que eu erre, que eu siga os meus instintos e a minha vontade. Às vezes congelo com determinadas perguntas, com determinadas conversas porque não sei o que é suposto responder, ou dizer, como é suposto reagir. E sem reagir já estou a reagir de alguma forma. E sem saber já me estão a julgar por isso.
Estou cansada de viver de relógio atado ao pulso, quais algemas a cronometrar as minhas reacções. Estou genuinamente farta de sentir que vivo no limite, que ando por terrenos armadilhados, minados, e que basta um passo irreflectido, um desequilibrio, um empurrão de alguém ou uma simples ventania. Dou esse passo, ou caio e tudo explode. E as coisas não podem explodir. Não agora. Eu não quero que as coisas expludam agora.
Mas ao mesmo tempo era melhor que explodissem. Livrar-me-ia de vez desta sensação diaria de castração e impotência. Ou talvez não... talvez seja simplesmente e irremediavelmente crónico. Talvez faça parte da genuinidade do meu ser...
LOV ' YOU
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