Morro de saudades de te sentir viva, em carne e osso, que vive e respira numa casa algures numa aldeia, que tem um pequeno quintal e vive o mais que pode da terra, como quem respira instintivamente, que também o ar vem da terra. E tu, como sempre disseste, dela vieste e a ela voltaste. photo by Miyu Decay E, ainda assim, depois de ver o teu corpo na terra, sinto-te no ar. Não sei se estás no ar do passado ou do presente, mas estás, com toda a certeza, no ar e o ar é atemporal. Pouco importa o resto. Há sempre algo que me faz voltar a ti. Há sempre algo de muito vago e longínquo em reflexões duras de sentir. Sou céptica até em relação ao cepticismo. Sou céptica como tu, que sentias mais do que o que sabias. Preciso de te sentir, preciso de te sentir. Estarei eu a consumir a tua angústia? Preciso de não me fixar. --- O que se passa comigo, que não faço nada do tempo que passa? 24 de Março de 2014