Algo de mim morreu contigo e ainda não descobri o quê. O que foi de tão vital assim que me deixa mutilada? Uma incompletude genética talvez? Um desaforo genealógico? O que me deixa assim de luto suspenso? Amo-te! Amo-te! Não te disse, mas tu sabias. Amo-te! Amo-te a ti e à minha memória de ti. Amo tudo o que me deste, tudo o que fizeste da minha vida eu amo. Mas faltas-me. Faltam-me coisas sem nome, coragens sem força, conhecimentos de mim que só tu sabias. Amo-te também por isso. Amo-te! Tu sabes, tu sabes. Mas há tanto de ti que não sinto e sinto falta. Saudades do teu espírito. Estás aí? Fala comigo. Transmite-te a minha essência perdida. Passa-me os teus poderes. Leva-me a conhecer-me! Pega em mim ao colo. Pega em mim ao colo! Faz-me sentir, vê-me chorar. Chora-me! Quero-te comigo. Transmite-me emoções e coisas que desconheço. Ensina-me! Ensina-me a mim mesma. Não vás já! Não me deixes já... Quero ver-te! Preciso ver-te para me ver. Tu sabes. Eu amo-te. Tu sabes. Diz-me! O que há de ti em mim? que herança é esta? Não sei e suspeito. Suspeito e não sei. O que há em mim? Quem sou eu? O que há? Revela-te em mim. Estou aberta. Estou pronta. Revela-te. Revela-me.
Passei meses sem escrever... triste demais para o fazer, mas este caderno era para momentos assim... Antes escrevia coisas cheias de esperança... aquela esperança que não é mais do que a fé. Mas a minha fé foi-se, ou talvez nunca tenha sido, de facto. Mas foi quando deixei de ter fé (ou de querer ter fé) que deixei de escrever... Talvez por medo de mim própria, do monstro que vive em mim e que eu passei todo este tempo a abafar. Quando consegui voltar a escrever, era tudo menos bonito. Aliás, é tudo menos bonito. É tudo menos bonito mas é quem eu sou... Agora é que eu sou! E tenho medo. Tenho medo de mim, tenho medo de te magoar. Medo de fazer algo sem pensar (que já está mais do que pensado). Medo de estar a escrever para que compreendas o que se passou... porque quando houver algo para explicar eu não vou estar para o explicar... Sei que és a única que possivelmente compreenderia! Sei que é pela tua amizade que continuo a viver. * Para Sempre * « As estrelas são bonitas por ...
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