Doi-me o pensamento, apertam-me as costas. Gritam-me a mudança altamente iminente e transportam-me para mundos outros, que tudo o que existe não é apenas isto. Não é apenas o que toco ou vejo. Posso fazer música com a alma, sem precisar de transcrição, de suporte físico, que suporte físico é sempre benéfico na experiência e limite na extensão, empecilho criativo.
Sinto com o corpo, e com a alma, e com o espírito, e com o peso que me assombra nos locais mais felizes da minha vivência. E sinto com o silêncio como companhia de meditações íntimas, intimamente ligadas a ligações circundantes, cíclicas agonias do pensar cerebral.
A semana termina para dar lugar continuidade ao cíclico sofrimento rotineiro na habituação estranha à estabilidade do corpo.
Está tudo bem... Está tudo bem... Está tudo bem... E estando tudo mal, passa ao lado o cronos, dando lugar a mais uma sensação supérflua de suposto equilíbrio entre o usufruto do tempo trabalho e do tempo prazer.
E paga-se assim aos olhos para não verem (ou para não fazerem neurologicamente sentido) o artificial, que o tempo existe para que, em todas as suas formas, seja, naturalmente, gozado.
7 de Fevereiro de 2014
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