Estamos todos a crescer e a escolher caminhos, a tirar fotografias diferentes, a ser fotografados em novos cenários, a mudar o que houve, a mutar o que há e há sempre mais, há sempre mais. Circulam acontecimentos, circundam-me actos e eu mesma, em mutação e suspensão simultâneas, observo, adjectifico, subjectifico.
Actuo e penso em separado, como dois corpos disconexos, que não podem com as funções um do outro. Suspendo, suspendo. A necessidade de fazer uma pausa do corpo e da mente evidencia-se numa força orgânica que me puxa, sem nunca arrancar ou partir, todos e cada um dos pêlos da minha pele.
Não faz doer. Apenas faz desligar o sistema e voltar ao respirar mecânico de vida orientada pelo relógio. E as anestesias do costume para o mal de pensar voltam a resultar sem nunca resolver uma sede inexplicavelmente insaciável de algo sem nome, mas que só pode poisar dentro do corpo e da alma, bem dentro da agonia da existência física.
Há algo que devo expulsar para alcançar o conhecimento de algo outro em mim.
Janeiro - 2014
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