Uma música melancólica invade-me os pensamentos e transforma-me o espírito em algo muito subtil, transparente, frágil, quase desaparecido. E do desaparecimento repentino do meu espírito, os pensamentos aproveitam-se desse vazio cansado de lutar, derrotado por tantas e tantas guerras consigo mesmo.
A música canta-me qualquer estupidez amorosa imperceptível. Não quero sofrer mais - penso - não consigo sofrer mais. Não percebo o que dizes, não sei do que falas, não conheço esse assunto, amor.
Que merda é essa, que universo é esse? Que espécie humana se dedicaria a tal forma de fragilidade, de sujeição, de altruísmo descomprometido e de um compromisso sem liberdade? Que espécie humana é capaz de viver segundo os impulsos do coração independentemente das ordens do cérebro? O que muda cá dentro para nos fazer amar mais a alguém do que a nós mesmos?
A canção chegou ao refrão. Sorri. Mas não entendo, não entendo o que diz, o que quer dizer, o que significa, ...
Quantos parvos já morreram de amor? Quantos dedicaram toda a vida a sofrer? Quantos se mataram por não serem amados? E quantos excluídos por não saberem amar?
2009
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