Avançar para o conteúdo principal

estupidezes alheias


Quando era miúda, queria ser fixe, queria que dissessem que era fixe. Achava que isso era um qualquer selo de autenticidade de aceitação social. e pior, achava que precisava mesmo desse selo. Tentei, obviamente, conseguir esse selo, praticando muitas estupidezes (que não há outra forma de o conseguir). Mas eu não conseguia disfarçar que era diferente, que não era fixe, pelos meus gostos e pelas minhas preferências, por atitudes que tomava e que deixavam qualquer fixe a pensar "que croma". Mantive longas amizades com pessoas com as quais não me identificava, que não me compreendiam, que gozavam com as minhas opções.


O facto de eu ouvir música pesada, para alguns, era uma anedota, para outros era-o o facto de eu ouvir também música calma. Anedota também foi o facto de eu querer ser vegetariana ou simplesmente o amor. o amor... Eles não sabiam, mas estavam a tornar-me mais forte, a dar-me mais motivação para continuar a gostar do que gosto e não querer saber do que é ou não fixe. Também me deram força para uma coisa menos feliz, mas isso é outra história. E deram-me força, sobretudo para me afastar de gente fixe porque, bem, isso para mim não era fixe. Eles é que eram cromos, fotocópias uns dos outros, hipócritas recalcados.Conhecer a minha melhor amiga naquela altura foi, na verdadeira e completa acepção da palavra, a minha salvação.




As pessoas cansam-se de mim porque eu digo o que penso, não o que esperam que eu diga. Esse deve também ser o motivo pelo qual gostam de mim.

LOV ' YOU

Comentários

  1. I'm not cool and I'm proud!

    ResponderEliminar
  2. A moda de não gostar de modas é estúpida, ou então a moda de gostar de música rock e de facto não ouvir. Moda é só um indicador de número de pessoas que gostam de determinada coisa, isso n diz se é boa ou não. Vou deixar de gostar de Nirvana porque é moda na minha escola? Não. Vou deixar de gostar de uma ou outra música pop porque é uma anti-moda? Não. Adorei este post. Havias de ter a reacção adorei haha xD

    ResponderEliminar
  3. xD obrigada victoria! :) vou pensar nisso!

    Em relação ao que disseste, é precisamente isso!! Não há uma relação matemática entre moda e qualidade. O que é bom tanto pode ser moda como o que é mau. E ainda bem! pena é que muitas pessoas não percebam isso. Umas pensam que tudo o que é moda é bom, outras pensam que tudo o que é moda é mau! Haja um meio termo!! e cérebro! xD

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Vacinas de inteligência

bom, hoje cheguei à conclusão mais importante da minha vida: Devia haver uma vacina de inteligência que fosse administrada logo à nascença. Já imaginaram? todas as pessoas serem inteligentes, não haver cromos, não haver cegueira (daquela cegueira que Saramago fala), não haver trolhas tal como os conhecemos, não haver estúpidos...  Enfim, não iria encontrar gente a dizer que as culturas islãmicas não são cultura nem são nada (quando, como é óbvio, é mais do que sabido que se trata de uma questão cultural). Não ia encontrar gente a dizer que é uma aberração as vacas, por serem sagradas, andarem a passear pelas ruas da Índia porque há pessoas a passar fome (quando em Portugal também há pessoas a passar fome e os cães e os gatos lá andam pelas ruas. Como é obvio, também é uma questão cultural).  Não ia encontrar gente materialista. Não ia viver no mesmo mundo que os patrões egoístas que conseguem lucros loucos e pagam menos do que o ordenado mínimo aos seus tr...

Uma parte de mim

"Quero sair do meu corpo! Estou farta de mim. Sempre tão igual a mim mesma. Farto-me mais a mim mesma, comigo própria, do que com todas as outras pessoas juntas. Não deviamos estar limitados a um só corpo e a uma só identidade. Sou tão pouco... Quero mais, quero mais de mim. Quero ser o que goza, quero ser o que se ri, quero ser o indiferente e o humilhado. Quero ser aluna, professora e funcinária. Quero ser soldado dos dois lados duma guerra. Quero ser um drogado, um ladrão e um sem-abrigo. Quero ser pobre e quero ser rica. Quero ser louca e psiquiatra, juiz e julgada. Quero ser julgada e absolvida por um crime que não cometi, cometendo-o. Quero saber... Quero saber o que é ser cada um dos homens. Quero viver o seu passado e os seus sonhos para o futuro. Quero ser todos os homens, sendo eu mesma, porque, afinal, não o saberia ser se não sendo eu própria. Quero ser tudo, sendo nada. " Escrito por mim algures em 2008

A insatisfação persegue-me...

Lembro-me de quando era miúda e só queria crescer. Queria conduzir, queria votar, queria viajar sem os pais, queria fazer simplesmente o que me apetecesse. Tudo o que os adultos faziam era sinónimo de independência. Agora conduzo, voto, viajo sem os pais, tenho alguma independência, mas, não, não faço tudo aquilo que quero. Agora só penso que tudo isto é sinónimo de velhice, este texto também é sinónimo de velhice. E velhice é sinónimo de degradação, da perda de inocência, a mesma inocência que eu tanto ansiava perder em criança. Agora, só quero voltar atrás… Mas o que faria, afinal, se pudesse voltar atrás? Imagino que fosse sentir o que sentira: falta da independência. Porque é que parece impossível combinar a inocência com a independência…?